sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Indicação de Filme: Die Welle (A onda)

O assunto do filme: fascismo, ditadura, ideologia e adesão cega a totalitarismos.

"A Onda" é um filme intrigante e sedutor. É um tema atual, pois, mostra a outra face das ditaduras: aquelas que nós acreditamos e defendemos, uma que está debaixo dos nossos olhos, mas que fingimos não ver.

Um professor é convidado a lecionar história e política em uma escola na Alemanha.
Rainer Wenger, pretende mostrar como são os mecanismos do fascismo dentro de sala de aula, como um experimento em grupo. (algo parecido com uma experiência feita em Stanford.

Os alunos começam a viver como se estivessem realmente em um regime fascista, mas apenas para fins de ensino...
O problema é que eles passam a acreditar no "regime"... Ao qual colocam o nome de "A onda"

No filme, a adesão dos alunos à ideologia ditatorial (embora experimental) ocorre de forma urgente e impensada. Não foi o professor, entretanto, em sua experiência solitária, que conseguiu seduzi-los, subjugá-los. Os alunos já se encontravam em situação caótica, por isso qualquer aparência de liderança que surgisse teria adesão com igual intensidade.

Coisa parecida ocorreu com o nazismo e outros regimes (e o filme tenta levantar esta discussão). "Pintamos"(trocadilho...) Hitler em toda a sua monstruosidade como se ele fosse sozinho responsável por todo o genocídio nazista. Esquecemos de que todo o povo aderiu suas idéias, já tinham uma mentalidade parecida com a de seu líder, houve uma sinergia entre ambos, povo e liderança. Hitler apenas representava, apenas atuava, exercia o papel que o povo queria exercer, ou seja, quem praticou toda a barbárie nazista não foi Hitler apenas, mas todo o povo em conjunto.

Israel e alguns judeus também incorrem no mesmo erro se olharmos as barbaridades que praticam contra a Palestina! (O oprimido que agora oprime a outros - o círculo vicioso)

Também a igreja católica já possuia, bem antes de Hitler, campos de concentração anti-semitas, e leprosários onde eram depositados e esquecidos os doentes... (Mas disso é proibido falar!)

Nossos hospitais (como lugar de afastamento dos doentes da vida social) e nossos sistemas penitenciários também são exemplos próximos a este assunto...

Em épocas de eleições, em que alguns dos candidatos à presidência do Brasil promovem o discurso amigável das grandes empresas e escondem nas entrelinhas o totalitarismo da classe dominante, este filme é um bom aperitivo de discussões e possíveis mudanças de atitudes.

Quem quiser assistir (tenho 3 links pra baixar):

Clique aqui

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