Depois de tanto tempo encarando meus demônios interiores, desafiando meus limites e refletindo os bons, maus e neutros momentos cheguei mais uma vez à mesma conclusão de outrora. (ela é totalmente particular, mas talvez você possa encontrar alguma identificação)
Ei-la: "Não é possível assumir conclusões específicas sobre absolutamente nada. Um mesmo ponto está sujeito a tantos fatores externos e internos antes que se faça algum julgamento e nós, humanos, podemos interpretar e julgar um mesmo factum de inúmeras formas, sob perspectivas contraditórias, semelhantes, diversas, mas nunca iguais, que o próprio ponto pode sequer ser nomeado, torna-se uma coisa vazia de sentido, não há adjetivos e não há relação de coisas, não há nada...
Portanto, ninguém pode ter certeza sobre nada que lhe seja particular (assim como eu não alimento essa ilusão a respeito do que estou dizendo). A consequência maior que se aplaca sobre esta irracionalidade do particular é a irracionalidade daquilo que é universal. Se o que é particular não promove meios de encontrar sentido, é impossível dizer se o que é universal possui algum! Conceitos universais como Amor, Amizade, Bondade, Beleza, Ódio, Tristeza, Humanidade, Civilização, Hierarquia, Estado e outros milhares deste tipo tornam-se inexoravelmente ocos.
Cogito ergo sum (penso logo existo) transmuta-se em algo ridiculamente vexaminoso e contraditório.
Você pensa? Você existe? Grande bosta! O que isso significa?
Existir é um absurdo, é o cúmulo da contradição. Defender alguma idéia, causa, país, partido é simplesmente desnecessário, sob estes termos!
Você pode construir quantos castelos quiser, mas você tem que saber que nenhum deles permanecerá em pés! Você pode encontrar símbolos ou criá-los, pode criar sistemas, padrões e aperfeiçoar a linguagem (ou simplificá-la)... Mas tudo o que for construído está destinado à destruição, ao caos e ao tédio.
Construir implica, necessariamente, em ser desconstruido.
Não é preciso tomar decisões, ou escolher. A Vontade é Livre, no pior, melhor ou sentido neutro da palavra. E, se olharmos bem para a Natureza, é exatamente desta forma que ela age, irracionalmente! Planetas que se repelem e se atraem mutuamente, forças que interagem e se violentam todo o tempo, nada que possa ser encaixado e domado! A Natureza é indomável. E, felizmente ou infelizmente, nós participamos desta mesma natureza!
Neste completo abandono em que nos encontramos e, apesar de não ser obrigado a escolhar uma ou outra alternativa, eu escolhi, por livre e espontânea vontade (não há espaço para "arbítrio" neste contexto) entorpecer-me de saudáveis ilusões, utopias e sonhos, pois contraditoriamente eu enxergo na natureza caótica a pulsão de morte, mas também a vontade de vida.
Contento-me com isso, por agora, e não vejo problemas em assumir a contraditoriedade da existência, pois também encontrei grandiosidade, beleza e nobreza nas minhas ilusões!
Cada um que encontre as suas!!!
A grande diferença está em construir ilusões, não em assimilar ilusões prontas feitas pelos outros! Pois cada qual tem seu modo único de ver a vida...
(Tá! Concordo! A última frase soou meio auto-ajuda... Considerem o texto indigesto, pelo menos! rs!)
...pois também encontrei grandiosidade, beleza e nobreza nas minhas ilusões!
ResponderExcluirSaudade, chatinho!
Nay
Querido Daniel, que belíssima conclusão acerca da existência...
ResponderExcluirAh,invoco Sartre, o importante é o que sentimos em relação a tudo isso...
Já passei da fase de sofrer e reclamar, ser é o se fazer o tempo todo, posto que no final todos morremos mesmo...
e viva as boas ilusões, que se tornam realidade.
uma mentira de tanto ser contada, vira verdade, a condição humana se fez historicamente pelo proprio homem e vai se fazendo...
interminavelmente, esse é o ciclo da vida....rs
bjssssssssss