sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Entrevista com Heidegger...

A todos os meus leitores:

Tudo bem? Eu resolvi postar as anotações que estou fazendo para o seminário que estou apresentando na faculdade sobre Heidegger.

Esta postagem, eu sei, só irão gostar aqueles que já tem algum conhecimento sobre ontologia (o estudo e a busca do ser das coisas, o fundamento etc). Mas se alguém quiser se aventurar, seja bem vindo ao maravilhoso mundo do não-ser!

Apesar de não gostar muito de Platão, tenho que admitir que o modo que ele se utiliza para expor suas idéias é muito bom. Então eu fiz, em algumas partes das anotações, um diálogo ao modo platônico (um pouco mais divertido...Porque não tem hiperurânio!), entre Heidegger e uma entrevistadora.

Antes, porém, deixa eu dizer quem foi Heidegger rapidinho:

Martin Heidegger nasceu em uma pequena cidade alemã (Messkirch) em 26 de setembro de 1889 e faleceu em 26 de maio de 1976, na mesma cidade onde nasceu. Seu pai era sacristão e sua mãe era amiga da mãe do jovem Conrad Grober, que viria a se tornar arcebispo de Friburgo. Foi filósofo, escritor, professor universitário em Manburgo e em Friburgo, onde exerceu também o cargo de Reitor em 1933.

Em 1909, ingressou na Universidade de Friburgo e iniciou o curso de teologia. Paralelamente, continuou seus estudos sobre Aristóteles, e iniciou as primeiras leituras de Husserl, que o levariam ao método fenomenológico. Interessou-se também pela filosofia de Maurice Blondel e pelo pensamento de Kierkegaard, que o fez refletir sobre outro tipo de pensamento que não o católico.

A partir de 1911, influenciado pelo filósofo Heinrich Rickert , Heidegger estudou as obras de Hegel, Schelling, Kierkegaard e Nietzsche, Kant, Dostoievsky, Rilke, Trakl, e começou a redigir textos que resultariam em obras posteriores.

O pensamento de Heidegger gira em torno da existência humana, suas dificuldades, a linguagem humana e o velho problema filosófico que o Ocidente herdou dos gregos: o problema do Ser (ontologia).

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Heidegger pretende:

Constituir uma ontologia que permita compreender o Ser e interrogá-lo, mesmo que isso seja vago, mas de modo a conseguir uma determinação plena e completa do sentido (Sinn) do Ser.

Em qualquer pergunta pode se distinguir 3 coisas:

 O que se pergunta;
 Aquele a quem se pergunta, ou que é interrogado;
 Aquele que pergunta.

1- Aquele que pergunta é o próprio ser
2- O que se encontra é o sentido do ser
3- Quem se interroga, porém, é um ente

Primeiro problema da ontologia:

 Qual ente deve ser interrogado??? (what a hell!)
Ou seja: A qual ente deve-se dirigir especificamente a pergunta sobre o ser???

O ser interrogado pelo Ser é o Dasein (ser-aqui, ser-aí, ser-jogado, etc).

O homem é o Dasein, é o ente que foi interrogado pelo Ser, é o único que pode se perguntar. ---Primado ontológico.

Apenas interrogando o modo de ser do ser-aí (dasein) é que se pode descobrir o sentido do ser.

O modo de ser do ser-aqui (dasein) é a existência.

Por isso, a análise desse modo de ser será existencial.


Eu sou um Dasein, ele é um Dasein, tu és um Dasein. Nós, porém, não somos Dasein!!!

O Dasein é singular, nunca geral ou universal, é portanto, único.

Deste modo, a existência de cada Dasein constitui o fator mais importante da ontologia heideggeriana, pois aponta o número infinito de possibilidades de modos de ser do Dasein.
As possibilidades constituem o próprio ser do Dasein. Não são contingentes nem lógicas.

O Dasein pode escolher-se e conquistar-se ou pode perder-se (não se conquistar ou conquistar-se aparentemente).

A análise existencial cabe a cada Dasein singular, é condição de sua própria existência ser interrogado pelo ser, não há como fugir. Uma vez jogado... já era!

Cuidado: Esta análise deve ser feita pelo método fenomenológico. Em caso de hiperfraturação molímbica da consciência, chamar o Açougueiro!

Máxima da fenomenologia: “Apontar diretamente para as coisas.” O fenômeno de que fala a coisa não é aparência, mas uma manifestação, uma revelação daquilo que a coisa é no seu ser. É um abrir-se, é o manifestar-se do fenômeno da coisa, é a coisa própria! (ui!)

(quer dizer, para Kant, a coisa em si não pode ser conhecida... Kant não pode ver a coisa em si, apenas aquilo que lhe aparece da coisa, os dados da coisa -ou ele não quer ver a coisa em si? - Heidegger, porém, quer ver a coisa em si, ele afirma que a coisa se abriu totalmente para ele por meio do fenômeno, o que aparece para ele é a própria coisa, e ele está muito empolgado para descobrir seu gosto!)


Bate-rebate

1-Qual a estrutura fundamental da existência?
R: A Transcendência.

2-O que é Transcendência?
R: É superação, é ultrapassagem.

3-Qual é o fim para o qual o homem transcende?
R: O mundo.

4-Como poderíamos definir melhor a Transcendência?
R: Como um “estar-no-mundo”

5-O que é o mundo?
R: É a estrutura relacional que caracteriza a existência humana como transcendência


6-O que significa transcender para o mundo?
R: Fazer do próprio mundo o projeto das possíveis atitudes e ações do homem.

7-O que é liberdade?
R: É projetar, é o esboço que cada Dasein se propõe para transcender.

8-O homem é livre?
R: Sim e não!O homem é livre quando ultrapassa, quando supera, quando esboça seu mundo, sua existência, mas, fazendo isso, está já se limitando, pois tornar-se-á dependente deste esboço que fez.

9-O homem está condenado?
R: Não, pois ele está vivo (está jogado aí)

10- (irritado) Aí aonde?
Está jogado... Aí, no mundo das possibilidades, sempre ele poderá mais, ou seja, sempre haverá possibilidades diante dele.

11-O homem existe, isso eu entendi! O que é existir?
R: É estar aí, é ser Dasein.

12-O que é ser Dasein?
R: É estar obrigado a transcender, a estar jogado diante de possibilidades.

13-Qual é o modo de ser fundamental do próprio homem?
R: A compreensão de que ele está jogado diante destas possibilidades.

14- E os outros?
R: Que outros?

15-Ora, os outros daseins! Como fica a relação com os outros daseins, os outros homens jogados-aí?
Podemos dizer que a “substância” do homem é a sua existência, esta existência é constitutivamente uma abertura para o mundo e para os outros.

16- Isto significa que eu não posso viver sozinho no mundo ou ter um eu isolado?
R: Exatamente!

17- Se o homem está ligado constitutivamente aos outros, poderíamos dizer que ele é capaz de ser ético por si só?
R: Sim. Concluímos então que: não é possível um “sujeito sem mundo”, nem um “eu isolado”. Tudo está na relação. A morada do ser (ethos) é construída por meio da linguagem, que é própria do homem, do dasein.

A relação entre os homens (e também dos homens para com as coisas) é o de cuidar dos outros.

Existem duas formas de co-existir:

1- A co-existência inautêntica: em que um dasein tenta retirar os problemas do outro
2- A co-existência autêntica: em que um dasein abre ao outro a possibilidade de se encontrar e realizar seu próprio ser.

Existem também duas formas de compreensão existencial:

1- A autêntica: em que o homem parte de si mesmo para tanto;
2- A inautêntica: em que o homem depende dos demais, tudo o que os demais fazem, ele faz... “Maria vai com as outras”; nesta forma de compreensão existencial, o ser do dasein fica ocultado.

A Linguagem é, por natureza, a revelação do ser, por isso, um cara que tem uma existência inautêntica (Maria vai com as outras) se encaixa na frase: “Eu sou assim porque todos são assim”...

Um cara (dasein) desses é tão vazio que quer encher-se cada vez mais do novo, por isso a curiosidade é um outro caráter dominante dele, mas não a curiosidade sobre o ser das coisas, e sim sobre a aparência, por conseqüência, o equívoco.

Equívoco é a terceira distinção deste tipo de existência anônima (inautêntica).

-Heidegger, o que é dejecção?
R: É o movimento de um homem deixar de ser homem para ficar no nível das coisas no mundo, quando ele se transforma de homem em fato.

-Quando isso acontece?
R: Quando o homem vive de forma inautêntica, anônima.

-Isso é ruim? Quer dizer, isso é imoral?
R: Não se deve fazer juízos de valor. A existência inautêntica também faz parte do ser do homem. É como um movimento vertiginoso, um processo interno no homem. Mas que o homem deixa de ser homem pra ser apenas um fato, isso é verdadeiro mesmo... Conheço tantas pessoas assim...!

-O que fazemos com essas pessoas?
R: O mesmo que fazemos com as coisas, cuidamos delas para utilizá-las! (rsrsrs)

IMPORTANTE: Quando o homem vive uma existência inautêntica, ele vive diretamente em uma situação emotiva (Befindlichkeit). Sente-se abandonado a ser o que é de fato.
Ou seja, A situação emotiva diferencia-se da compreensão existencial na medida em que esta é um contínuo projetar-se para o futuro.

(A existência autêntica projeta-se, transcende / A existência inautência aceita a facticidade, contrai-se)
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O que Heidegger entende por:
A Existência Autêntica e o Viver Para a Morte

Para entender melhor, vamos por partes, cartesianamente, açougueiramente:

1- Há no homem a consciência.
2- Esta consciência não é clausura, é abertura
3- Esta consciência chama o homem para aquilo que ele é e não pode deixar de ser
4- Esta consciência pede a existência autêntica

Afinal: qual é o núcleo sólido, certo, insuperável para o qual a consciência chama o homem e no qual deve basear-se a sua existência autêntica?

Sem pressa!!!!

-A existência humana se constitui por possibilidades
-Nestas possibilidades projetamos e transcendemos
-Todo projetar-se ou transcender lança o homem ao mundo dos fatos novamente.
-O homem se projeta, transcende, mas depois cai e fica no nível de todos os demais entes do mundo (dejecção)
-(eterno retorno)
-Apesar de nossa existência ser constituída de inúmeras possibilidades, todas elas se nivelam, são indiferentes, posto que todo transcender joga o homem novamente no mundo (este mesmo é o fim da transcendência)
-Isso significa que na própria estrutura do ser está incluída uma “nulidade essencial”.
-Tudo o que o ser-aqui pode planejar a partir das suas possibilidades, reincidindo sobre o que já existe, é um projeto nulo ou um nada enquanto projeto.

"A nulidade existencial, afirma Heidegger, não tem de forma alguma o
carácter de privação ou de deficiência relativamente a um ideal que é proclamado mas que nunca se alcança. O que acontece é que o ser desta entidade é nulo anteriormente a tudo aquilo que pode planear ou alcançar, e já é nulo como mero planear"

-Quando a consciência chama o homem, chama para a forma última e mais radical do nada... A MORTE!

Entrevista com um nazista (rsrs.brincadeirinha!):

1-Heidegger, o que não é a morte?

R: A morte não é um ponto final, não é uma conclusão, não é o fim de sua existência. Não é um fato (pois se fosse estaríamos mortos).



2-O que é a morte?

R: É a possibilidade propriamente dita, porque diz respeito ao próprio ser do homem. É uma possibilidade incondicionada, porque pertence ao homem enquanto individualmente isolado.



3-Qual a diferença entre todas as possibilidades e esta possibilidade, a morte?

R: Todas as possibilidades jogam o homem diante de outras coisas, a morte joga o homem para si mesmo, torna-o uma possibilidade insuperável, é a extrema possibilidade de sua existência!
Apesar de não ser uma evidência necessária (apodítica), a morte se relaciona de uma maneira essencial com o aspecto autêntico da existência humana.



4-O que faz um homem diante da morte quando sua existência é inautêntica?

R: Foge... E considera a morte como um caso entre os muitos da vida de cada dia, oculta seu caráter de possibilidade imanente e procura esquecê-la, procura não pensar nela, entrega-se a preocupações quotidianas e corriqueiras.



5-O que faz um homem diante da morte para viver uma existência autêntica?

R:Ouve sua consciência.



6-O que sua consciência faz?

Sua consciência o chama para a morte, fá-lo sentir em dívida para com sua verdadeira natureza e o encaminha para uma decisão antecipadora que projeta a existência autêntica como um viver para a morte.



7-Devo praticar suicídio para ser autêntico?

R: Você, sim! Brincadeira, rsrsrs! Não!!! A morte deve ser entendida como uma pura ameaça suspensa sobre o homem.



8-Ah, entendi! Boa essa!(ri um pouco) A morte deve ser esperada?

R: Também não, a não ser que ela venha acompanhada de doces! rsrs! Outra brincadeirinha! Não deve ser esperada, pois quem espera a morte deseja que ela se realize, realizar a morte é o mesmo que um suicídio, ou seja, é a negação da morte como possibilidade de uma vida autêntica. (isso significa que vida e morte estão ligadas, para ter uma vida autêntica é preciso compreender que a morte é quem proporciona a autenticidade da vida)



9-Que diabos então significa “viver para a morte”?

R: Compreender a impossibilidade da existência!



10-O QUÊÊÊ?????!!! Quer dizer que existir é impossível????

R: ???!!! Nossa, pra que tudo isso?



11-Primeiro você diz uma coisa, depois você a refuta!

R: ... O que quero dizer é que a existência é essencialmente, radicalmente, impossível!!! O que é possível é a compreensão desta impossibilidade. Viver para a morte é exatamente esta compreensão da impossibilidade da existência, é precisamente isso o que torna a vida autêntica.



12-Vou fingir que entendi e te fazer outra pergunta: A angústia deve surgir neste momento, certo? (eu já estou angustiado só de pensar!)

R: rsrs. A angústia realmente surge desta “sacada”. Mas é ela quem “mantém aberta a contínua e radical ameaça que sai do ser mais íntimo e isolado do homem”. Com a angústia, o homem “sente-se em presença do nada, da impossibilidade de sua existência. Ela coloca o homem fundamentalmente cara-a-cara com o nada!



13-Cara, foda-se você. Acho que vou praticar suicídio e viver inautenticamente mesmo.

R: Não, espere um pouco! Deixe eu te explicar uma coisa.



14-Tudo bem, última chance!!

R: Na angústia, a totalidade da existência converte-se em algo transitório, acidental e fugidio, no qual o próprio nada revela também o significado autêntico da presença do homem no mundo: ESTA PRESENÇA SIGNIFICA MANTER-SE FIRME NO INTERIOR DO NADA! Entendeu?



15-Mais ou menos! Quer dizer, agora ficou melhor, mas ainda estou com uma ponta de
angústia, sabe? Por que vocês filósofos gostam tanto de provocar crises existenciais?

R: Por que, dizem, é mesmo esta a nossa única utilidade! hahahaha! De qualquer forma, você precisa saber que A REVELAÇÃO DO NADA NÃO É A NEGAÇÃO DO MUNDO.



16-UFA! Eu pensei que nada tivesse sentido algum. Pensei por um momento que é indiferente eu projetar algo para o futuro ou não, pois isto seria nulo.

R: Mas é indiferente mesmo, só que isso não é ruim, entende? Como já foi dito antes, não se deve fazer juízos de valor aqui.
Você foi jogada na existência, você está-aí na completa nulidade do ser, pois o nada é configuração estrutural do ser, mas é preciso superar isso, é preciso transcender e permanecer nesta mudança, neste devir, é preciso compreender esta impossibilidade e se manter firme no nada! E isto torna o homem autêntico em sua existência. Só isso!

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Entretenimento!

Qual é a melhor forma de se divertir?

Para um tolo é fazer os outros rirem, mas para um espírito livre é fazer rir as suas próprias entranhas.

Por isso, na maior parte do tempo, estou rindo. Não é porque a vida é engraçada. A vida não é cômica! Rio, pois sei que a existência da humanidade é totalmente vazia de sentido, e que todos representamos papéis específicos na sociedade, mas que tudo é falso, tudo não passa de um grande divertimento.

Agora, minha atitude não é mais a de xingar o mundo, me revoltar contra a sociedade hipócrita e castrante ou arrancar meus cabelos.
Agora eu dou risada de tudo!

Quando vejo uma pessoa trabalhando duro, dando "ralo", obedecendo as normas da sociedade com tamanha dedicação... Não posso mais segurar o riso! É tão ridículo e cômico!

Todos nós estamos obrigados a seguir alguma norma para manter algum tipo de vínculo social... E só restou o riso e o entretenimento.

Pessoas sérias demais são cegas demais também. Observem os moralistas e verão quão sérios eles são!

Homens de idéias, de imaginação criativa e farta sempre se divertem.

Algumas pessoas (a grande maioria) afirma que eu sou louco porque rio sozinho.
E os psicólogos, como sempre, afirmam que rir é uma característica social do homem.
Eu discordo, pois rio o tempo todo. E minhas melhores gargalhadas ocorreram quando ninguém estava por perto!

O problema é: rir sozinho causa incômodo nos demais.

Se alguém vir você rindo sozinho enquanto anda na calçada... Nossa, que absurdo!
Se alguém vir você rindo com duas ou mais pessoas... Estão se divertindo!

Geralmente, alguma imagem absurdamente hilária e cômica passa na minha mente e eu começo a rir. Sempre aparece alguém que pergunta: "Do que você está rindo?"

Não adianta responder essa pergunta, porque a imagem se apresentou engraçada apenas para mim, e nisto consiste meu melhor entretenimento, quer dizer, quando uma coisa é engraçada apenas para mim e mais ninguém conseguirá decifrar o porquê!

Estou escrevendo isso porque gostaria que meus leitores descobrissem o prazer de rir de suas maiores ou piores maluquices; que riam de si mesmos da forma mais solitária possível, pois existem entretenimentos sociais maravilhosos, mas o entretenimento consigo mesmo é tão mais puro e refinado...

O prazer de saber coisas que ninguém poderá entender, porque só se manifestaram para você! O orgulho de ser único, de ser original, de criar e inventar o novo o tempo todo apenas com o intento de se dar um prazer!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Um pouco de música diferente

O que vc acha de ouvir novos tipos de música?

Que tal ouvir Bartók? Conhece?



PARTE I:


PARTE II:



Béla Bartók (aos desavisados... era um homem, apesar de seu nome ser Bela!) nasceu em Nagyszentmiklós (Hungria), hoje Sannicolaul Mare (Romênia) em 25 de março de 1881. Aprendeu música e piano com a mãe, a partir dos cinco anos. Aos oito, perdeu o pai. Estabeleceu-se desde 1894 em Pozsony, atual Bratislava, centro cultural importante, onde fez estudos musicais regulares, embasamento técnico de sua atividade criativa.

Realizou, a partir de 1905, em companhia de seu amigo Zoltán Kodály, a pesquisa sistemática da música popular húngara, revelando-a completamente diversa da que se divulga como tal, ocidentalizada e desfigurada pelos músicos ciganos. Esse levantamento, sempre criterioso e objetivo, daria a matéria-prima fundamental de sua obra, particularmente de 1926 em diante, quando esta amadurece e adquire feição inteiramente original.

A sonoridade de sua música é bem diferente do que estamos acostumados, eu particularmente sou admirador fiel de Bartok. Conheci e toquei (e toco) algumas obras dele nas aulas com minha querida professora de piano, a Cidinha (que tb é fã dele)

Apreciem!

Mais informações, encontre em: http://www.classicos.hpg.ig.com.br/bartok.htm

Prelúdio para reflexões sobre ódio e indiferença...

(este texto é anterior àquele que publiquei sobre "reflexões sobre o ódio e a indiferença")

É engraçado o trajeto dos meus olhos quando estou em situações, no mínimo, constrangedoras. Pior é quando fico diante de algum ser que provoca azia.

Os olhos vão para cima, para baixo, vão para os lados e se encontram no centro, depois seguem perdidos em suas órbitas. Não é medo de encarar o sujeito. Seria compaixão inconsciente talvez?

Temo demonstrar com tal consistência o ódio crônico que se multiplica no fígado. Só que os olhos me denunciam todo o tempo.

Aí, o corpo todo começa a sofrer as consequências da lberação dos sucos gástricos e das substâncias que nos deixam alertas, prontos para socar a cara-de-cú-lavado de qualquer imbecil filho da puta.

Vez por outra, porém, um daqueles anjinhos renascentistas surgem na consciência pregando o amor: é, então, o momento clímax dos movimentos na alma. Um quase ataque epiléptico!

Os músculos se tencionam como ferro, estão preparados para apanhar... Mas também para tudo quebrar; a mão fica mais quente e a respiração ofegante.
Cerram-se os dentes e pratica-se bruxismo com tamanha força que quase se perfura a gengiva.

MAS... Quando se percebe que o inimigo é covarde, capaz de fugir a qualquer faísca de nossos punhos, melhor é sair e tomar um ar... Inimigos assim não valem a pena!