domingo, 17 de julho de 2011

Variações sobre um tema angustiante...

Voltei! E agora com muitos textos para postar! É bom digerir a realidade antes de fazer qualquer menção acerca dela, por pior que o estômago fique, por maior que seja a úlcera pulsante que ela possa causar.

Tenho me apercebido de que duas coisas jamais irão se afastar de mim: a angústia e a morte!

A morte não é um problema que deva ser tratado no presente, apesar de ser imprevisível, nós sempre a jogamos para o futuro, e em geral, somos felizes até que ela se aproxime sorrateiramente. Podemos mascarar a morte de várias formas (se quiser posso apresentar algumas em outra postagem, rs), mas sabemos que ela pode apertar a campainha a qualquer momento ou entrar pela porta dos fundos sem que você veja; de qualquer forma, a morte pode estar dormindo ao seu lado...
Entretanto, podemos viver sem pensar nela constantemente (exceto quando ela nos assusta apenas por entretenimento, por exemplo, um carro que você não viu e quase te atropelou, uma bala perdida que te encontrou por coincidência, ou um piano de cauda que cai bem do seu lado ao passar debaixo de um prédio!)

Em todo caso, não quero falar sobre a morte hoje, deixemos este assunto para outro dia! Basta esclarecer que ela é uma dessas duas coisas que nunca se afastam.

O x da questão é que, no caso da morte, podemos viver sem encará-la nos olhos (ou você fica conversando sobre a sua morte quando faz um piq-niq?).

O problema, de fato, é a angústia e não a morte, pois a morte é o fim de toda angústia, ou seja, até que a morte venha te encontrar, sua única companheira fiél até lá não é sua esposa, é a angústia (não muda muita coisa, né?)

A angústia não é uma espécie de tristeza, nem um modo, nem um estilo, não é parecido com saudade e também não pode ser comparada com muita coisa. Angústia é aquilo que está soando o tempo todo dentro de você, em todos os instantes, algo parecido com um mantra sendo entoado 24 horas por dia, 7 dias por semana, ininterruptamente. Podemos até nos destrair com afazeres, televisão ou qualquer outra coisa, mas a vibração do som dessa angústia pode ser sentida na pele. Esta música faz o ar em torno se movimentar, causa náusea e desconforto e nunca se estabiliza.

Algumas vezes ela soa com mais ou menos intensidade, mas ela está sempre ali, você sempre pode encontrá-la.

Negar a angústia (cada um tem a sua) é torná-la mais sofisticada, é permitir que ela desenvolva temas, variações e cadências. Aceitá-la, ao contrário do que nos dizem os escritores de auto-ajuda, não a deixa menor ou com menos poder. Ou seja, não há possibilidades que não seja a de aprender a conviver com este som amargo e entendiante que transforma tudo em cinzas, aquilo que não é branco, nem preto, aquilo que não possui especificação, que é geral, opressivo, torturante: Angustiante!