domingo, 25 de julho de 2010

Tendências...



Cheguei a uma conclusão. E apesar de estar em um mundo de tantas incertezas foram estas incertezas mesmo que me levaram a tal conclusão:

Tudo tende à destruição e ao caos.

Mesmo um feto, depois de se transformar em uma bela criança humana... Logo nasce e já está fadada a morrer.
Pode ser daqui a 70 anos ou um pouco mais, depois de quinze minutos ou antes mesmo de sair do ventre de sua mãe.

Lance uma pedra para qualquer lado que você quiser e certamente ela irá se chocar a algum vidro de janela. Cave um buraco e você mesmo cairá nele, construa uma ponte... o rio a destruirá.

Estamos todos jogados na existência, todos nós viajamos num percurso altamente perigoso do qual nunca se sobrevive.

Não, hoje não quero escrever para otimistas, pois sinceramente, nesta minha conclusão não há espaço para otimismo.

Pensando bem, talvez haja algo de belo, de otimismo não.

Assim como é bela uma tempestade, apesar de catastrófica; assim como é magnífico um tornado, meteoros, vulcões e toda espécie de fenômenos violentos da natureza... São coisas tão belas e muito pouco otimistas.

Algum moralista diz: “Mas a tempestade de ventos carregam sementes que irão germinar novas plantas; os vulcões foram responsáveis pela formação do nosso planeta; tudo o que ocorre tem um propósito.”

E eu concordo de modo diverso: “Sim, há propósito em todas estas coisas: a autodestruição, o caos e a morte!”

quarta-feira, 7 de julho de 2010

TANTO FAZ!

Saudações, terráquios!

Cada vez mais eu me convenço de que: tanto faz!

Deus existe ou não? Eu sou irracionalista, pessimista ou existencialista?
Você é evangélico, católico ou pagão?
Gosta de música clássica, rock, contemporânea ou funk?
Para cima ou para baixo? Azul ou vermelho?

TANTO FAZ! Dá tudo na mesma merda!

Eu nasço, eu vivo, eu morro!
Todos estão fadados a este tédio!

O que resta a cada um é fazer o que tem que ser feito... E aí tenho que concordar em gênero, número e grau com um dos poucos escritores da bíblia que leio e releio sempre:

"Disse eu no meu coração: Ora vem, eu te provarei com alegria; portanto goza o prazer; mas eis que também isso era vaidade.
Ao riso disse: Está doido; e da alegria: De que serve esta?
Busquei no meu coração como estimular com vinho a minha carne (regendo porém o meu coração com sabedoria), e entregar-me à loucura, até ver o que seria melhor que os filhos dos homens fizessem debaixo do céu durante o número dos dias de sua vida.
Fiz para mim obras magníficas; edifiquei para mim casas; plantei para mim vinhas.
Fiz para mim hortas e jardins, e plantei neles árvores de toda a espécie de fruto.
Fiz para mim tanques de águas, para regar com eles o bosque em que reverdeciam as árvores.
Adquiri servos e servas, e tive servos nascidos em casa; também tive grandes possessões de gados e ovelhas, mais do que todos os que houve antes de mim em Jerusalém.
Amontoei também para mim prata e ouro, e tesouros dos reis e das províncias; provi-me de cantores e cantoras, e das delícias dos filhos dos homens; e de instrumentos de música de toda a espécie.
E fui engrandecido, e aumentei mais do que todos os que houve antes de mim em Jerusalém; perseverou também comigo a minha sabedoria.
E tudo quanto desejaram os meus olhos não lhes neguei, nem privei o meu coração de alegria alguma; mas o meu coração se alegrou por todo o meu trabalho, e esta foi a minha porção de todo o meu trabalho.
E olhei eu para todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também para o trabalho que eu, trabalhando, tinha feito, e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito, e que proveito nenhum havia debaixo do sol." Eclesiastes 2: 1-11


Eu, sinceramente, não acredito na Bíblia como se ela fosse um livro sagrado onde um Ser Poderoso pudesse se revelar (e essa é uma opinião minha, respeito o direito de cada um a terem suas próprias crenças), mas, depois de ter lido ela inteira por três vezes, e por sempre reler algumas coisas (assim como releio sempre que posso o livro Anticristo, de Friederich Nietzsche!), tenho que reconhecer que o livro de Eclesiastes é de uma sabedoria imensa!

A única coisa extramamente repulsiva que eu encontro neste belo livro é este ódio sacerdotal contra a vida (próprio de pessoas que vivem nos becos escuros)!
Concordamos todos com você, Salomão: "A vida não faz sentido algum, tudo é vaidade e aflição de espírito! Mas nem por isso a vida deixa de ser bela e digna de ser experimentada."

A vida passa a ser mais degustável ainda quanto menor é nossa expectativa de vida. Quanto mais próximos da morte, mais valor damos a ela. Quanto maior a futilidade da vida, quanto maior sua fugacidade, sua transitoriedade, maior é sua intensidade, mais bela fica!

E se não houver nada depois da morte (o que eu acho bem possível...), este é um motivo ainda maior para valorizar a vida, ao contrário do que os niilistas (Dostoievsky, infelizmente, também é um deles)dizem por aí!

Apesar do TANTO FAZ! Eu continuo gostando de viver esta vida, esta existência de TANTO FAZ, porque TANTO FAZ é um leque imenso de possibilidades de TANTOS FAZERES!