sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Fixa no Sol!

Não é só isso.
O mundo é muito grande
Posso viajar até as pontas da via lactea
Dobrar a luz no túnel da minhoca
E visitar as constelações distantes

Olhe aquela estrela no céu, linda nao?
Ah. Bonita... Então, eu não aguento mais
Fulano falou isso pra ciclano,
depois armou pra cima de não sei quem...

Sim, mas você viu que bonita a lua hoje
Após chuva forte por quase uma semana inteira
Ela está perfeita, como se estivesse sorrindo

Ah, mas ta osso, olhar pra estrela...
Eu to é preocupado com meu emprego

Tudo bem, e deve ficar mesmo,
mas não abra mão dessa oportunidade
De olhar as coisas simples e as complexas
e não pensar nelas, apenas admirá-las
Como se admira um por do sol
Ou o suave correr da névoa.

Não sei, não consigo ficar parado
Não vejo sentido em ficar olhando pro céu

Será que não é por você não ver sentido na sua vida?
às vezes isso atrapalha um pouco, sabe?

Para de pensar por um tempinho
relaxa e curte isto
Isto que nos é oferecido gratuitamente
A gratuidade do belo, do prazer
da admiração da maravilha do mundo

Porque o mundo humano é podre
não significa que você deve se assemelhar
Foge do humano, existe mais do que isso
Mais que essa futilidade cotidiana, meu caro
Foge e voa para acima, para o alto, além até das nuvens
e respira ar puro, sozinho por um tempo
e fixa na paisagem tonteante que se revelará a você
como nunca vistes nenhuma outra vez em sua vida!


quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Lúcifer andando de fusca!

O cotidiano oprime e desvela a frivolidade das relações virtuais
O cotidiano pode levar à loucura daquele que sorver sua taça de vinho superficial
A membrana que segura e prende a todos é frágil demais
Mas ninguém há que queira rompê-la
Pelo contrário, a sociedade inteira luta continuamente
Para tornar a membrana algo mais pesado, denso, resistente
De modo que todos fiquem presos, pois esta é a vontade dos pobres
(o feitiço que se voltou contra o feiticeiro)
Afinal, escravos não sabem viver sem senhores,
já que por toda a vida foi somente esta vida que tiveram

Condenam, no entanto, os que os interpelam com a luz
Pois luz é um incômodo inaceitável para quem mora na caverna
Matam e escondem o corpo de quem quis se libertar

A esperança reside, assim,
exatamente na ação de matar o libertário
porque seu corpo irá apodrecer
causará náuseas torrenciais
mal estar geral e completo

Eles vão ter que tirar o defunto da caverna
E ali, enfim, ele terá a paz que desejou.

Paz profunda após ter conseguido morrer para uma sociedade que, em verdade, já se putrefazia em vermes e larvas cemiteriais...
Paz profunda, pois conseguiu se libertar de um peso da ignorância cega e absurda, conseguiu enxergar Sofos na cara!

Dóem-se-lhe os olhos por causa da luz
Mas isso não importa
pois a Luz me revela um mundo totalmente aberto
Sem fronteiras, sem delimitações...

Sem moralismos irritantes como um violino desafinado e sem técnica!

Sim, somente é possível a liberdade dessa futilidade social moderna
Bebericando aos goles o cianeto proibido aos incultos
Cianeto para matar de dentro para fora do filósofo
Veneno para morrer, pois morrendo para esta podre e estúpida, tediosa e vexamosa existência humana moderna de mercadorias que conversam sobre as economias de mercado!!!!

Nããããooooooooooooooo!!!!!!!!!!!!!!

Não é este o meu caminho
Meu caminho é o caminho que devo seguir
E que vem do alvorecer daquela luz mais forte,
não me refiro ao Sol, seus imbecis!
Mas a Vênus! A Lúcifer! E a todos os meus irmãos e irmãs que de lá surgem!
Arte, Música e Dança!
E vinho sempre em vossa companhia
E de lá do alto (do alto que encontramos em nós mesmos)
Rimos de todos os que nunca riram de si mesmos


Oh, Lucifer! Eu quero luz!
Mais Luz!