sábado, 22 de maio de 2010

No início...

Hoje, enquanto verificava uma de minhas trocentas contas de e-mail, encontrei uma relíquia minha, um texto que havia escrito para uma prova (uma das primeiras provas) de História da Filosofia Antiga, ministradas pelo digníssimo Mestre e Doutor Maurílio O. Camello - um dos melhores professores de filosofia que eu já tive.

Lembro que eu, assim que recebi a prova, a digitei e enviei à minha caixa de e-mail para não perdê-la, e acho que fiz muito bem. Todos os outros textos das primeiras aulas, das minhas primeiras impressões eu perdi por causa de um vírus no computador antigo!!! PQP!

O texto não está perfeito, reconheço, mas tenho que convir que ainda era meu primeiro ano de amor com a filosofia (ainda tenho muito que aprender - e essa mesma é a graça da filosofia, nunca se sabe tudo... Cada pergunta revela uma resposta que já possui em si nova pergunta!).

OBS: No texto eu não coloquei citação da autoria do fragmento comentado... Provavelmente, acredito eu, deva ser algum fragmento de Parmênides ou outro pré-socrático, vou ter que verificar os textos depois.

O legal é eu poder perceber como eu fui fazendo todo o trajeto do meu pensamento, os lugares onde pisei no passado que me trouxeram ao presente.

Pra quem interessar, ei-lo aí!



Texto da prova de história da filosofia antiga.
Data: 18/04/2008
Por: Daniel Vieira de Carvalho


Levando em consideração que as divindades têm o vislumbre completo de todas as coisas, eu concordaria totalmente que o saber humano é enganoso. No entanto, nada teríamos hoje em nossa sociedade se não fosse verdadeiro este saber humano.
O grande problema do nosso saber mortal é que ele está sujeito a questionamentos, e por isso sempre há alguém interpelando um ou outro conhecimento. Isso comprova que o saber do homem, apesar de grande e inegável, não é perfeito.

É fato que nosso saber é imperfeito, mas das Musas afirmarem que não somos mais do que ventres... Disso eu discordo totalmente.

Na página 139, no fragmento 18, lemos:
“Os deuses, certamente, não revelaram todas as coisas aos mortais desde o início – mas, procurando, os homens encontram, pouco a pouco o melhor.”
Nesta frase eu encontro a base do saber humano. Tirando os deuses desta frase (por que nem acrescentam, nem tiram nada) eu acredito piamente no melhor. Talvez se soubéssemos tudo de modo esférico, deixaríamos de ser humanos. E eu gosto muito de ser um.

Essa busca por um saber melhor nos torna mais humanos, não podemos negar esta condição. Os deuses já têm tudo à destra, não precisam de esforço, estão imóveis... Que graça isso tem?
Essa constante mudança no homem é isso que eu admiro!

Os gregos, me parece, enxergavam as divindades em detrimento do homem.
Vamos ser bem sinceros: Mesmo que Deus exista, nossa limitada palavra não pode falar dele; e se não existe, não é razoável gastar saliva para questionar sua existência. Portanto, olhando deste modo, seria uma loucura completa dizer que o todo do saber humano seja enganoso – se bem que eu já não tenho mais certeza de nada.
Estou parcialmente em acordo com o texto, não em que os deuses detenham o saber verdadeiro, pois não sei nada sobre eles, mas no sentido em que nosso conhecimento seja, em partes, aparente. E eu creio que nem por isso não tenhamos capacidade de chegar às essências.

O ser – humano, pensou eu, tem muito mais do que ele próprio sabe. Por isso fica difícil afirmar ou negar alguma coisa.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Poeira acumulada!

Se você andar por aí sem muita atenção, poderá tropeçar no cadáver de alguém. Então, sempre olhe para o chão, pois numa ocasião deste tipo você poderá se desviar dele!

Outros cadáveres também foram postos sobre a crosta terrestre, já outros foram ocultados, mas não se preocupe... Sempre haverá espaço no nosso planeta para mais um cadáver.

Houve um cadáver, porém, que não foi nem ocultado, nem enterrado... E que acabou por contaminar todo o mundo. Os mares não ficaram imunes a ele, transformaram-se em sangue coagulado. Os liquidos cadavéricos não foram devidamente coletados e acabaram se espalhando por toda a extensão de todas as nações do planeta, de forma que o planeta inteiro se transmutou de Planeta Azul para Planeta Musgo e Esverdeado!

Enquanto estava vivo, o Grande Monstro pairava, flutuava sobre nossas cabeças... Imponente e Orgulhoso. Certa feita, algumas pessoas foram esmagando-lhe a cabeça com madeira oca (sua única vulnerabilidade). Ele morreu, mas fingiram que ainda permanecia vivo e lhe arrumaram o cadáver de modo que parecesse realmente que ainda estivesse em pleno esplendor.

Foi depois de uns dois ou três dias que os sucos internos daquele defunto começaram a verter.

Com o passar dos tempos, a carne putrefada foi totalmente comida por vermes rastejantes e seres voadores próprios de cemitérios, os líquidos macabros cessaram de escorrer, mas os ossos permaneceram ali, naquele mesmo local da morte.

As famílias que habitavam perto daquele lugar decidiram incendiar os ossos até que se tornassem cinzas. Apesar da extrema resistência ao fogo, os ossos se queimaram e as cinzas se foram com o vento, espalhando-se por todos os cantos do mundo.

Todos os homens e mulheres respiraram suas cinzas e sofreram com doenças gravíssimas e acabaram por contaminar todos os seus filhos, netos e, por fim, toda a espécie humana...

Essa história tem sido contada por séculos, mas somente hoje descobrimos suas reais consequências e outras verdades que foram escondidas de todos nós:

Aquela Grande Abominação deu à luz um filho que foi cuidado pelos seus antigos adoradores, foi alimentado com carne e sangue humanos até que se fortalecesse totalmente e pudesse fazer suas próprias vítimas.

Hoje em dia, esta Criatura tomou o lugar de seu antigo pai, conseguiu poder suficiente para imaterializar-se e está muito mais forte, pois cada ser humano que respirou as cinzas e a poeira de seu pai, agora está sob seu controle, sob o controle de seu filho.

Resta-nos, pois, aniquilar toda esta linhagem maldita. Mas para que isso aconteça de forma completa e segura, se faz necessário que se aniquile toda a espécie humana. A contaminação não é apenas a nível de pensamento, é orgânico!