sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O poder está na mão do povo!!!



Acompanhei por jornais e sites de notícias a manifestação popular no Egito contra a ditadura de Hosni Mubarak. E desde o início meu coração pulsava mais forte todas as vezes que via aquela multidão lutando contra o que eles consideravam esgotado, contra um paradigma que não lhes cabia mais.



Eu estou consciente de todo o trabalho que eles terão pela frente, tenho certeza também de que o fim da ditadura de Mubarak no Egito só irá promover ainda mais o comércio, a troca de mercadorias e o acúmulo do Capital. Também sei que há intenções e poderes diversos que ficam por detrás das cortinas dessa revolução, que só ocorreu depois de 30 anos!!

Não estou escrevendo sobre esses detalhes (detalhes que são importantíssimos), mas apenas sobre a força que o povo possui para transformar o seu próprio mundo.

O que houve no Egito foi uma cisão, mas uma cisão que ocorreu e se alastrou em todo o povo, houve uma força motriz que impulsionou todo o povo a se unir contra seu ditador. O povo inteiro se organizou, se dispôs a lutar, a sofrer as perdas necessárias para atingir seus objetivos, e conseguiram isso.

Houve muitas mortes (e não saberemos jamais o número exato de mortos, pois isso não é interessante ao governo, né?), muitos que se feriram gravemente nas manifestações.

O ataque, por parte da polícia, foi intenso e cruel, e o governo tomou medidas estratégicas para cortar a comunicação via internet e celulares, justamente para tentar desestruturar a união do povo egípcio.

Mas a principal arma do povo contra o governo não foram as manifestações, foi a paralização de todas as atividades de produção. Eles fizeram o mercado parar, eles deixaram inerte a produção de mercadorias, e foi isso que preocupou os líderes, não só do Egito, mas dos Estados Unidos (que, como assistimos, estavam com os olhos todos voltados para aquela região)...

E, hoje, quando eu vi que o povo conseguiu atingir seu objetivo (e volto a dizer que não estou pensando nas consequências nem na trama obscura que envolve esse acontecimento histórico no Egito), eu chorei de alegria, e já fazia tempo que não chorava de alegria.

E fiquei pensando: Realmente, a força, o poder está entre nós. Sim, todo o aparelho de Estado, todo os mecanismos de controle do Capitalismo e do Estado (ambos são uma e mesma coisa) só estão onde estão porque o povo quer que assim seja.

É aí que brilhou novamente uma esperança (ainda que longínqua e ofuscada) em mim: há possibilidades e há meios reais, não abstratos, de vencer o capitalismo, de modificar as estruturas e as super estruturas deste sistema escravizante e desumano. E essas possibilidades estão todas em nossas mãos.

Escrevo isso com um pesar imenso, pois, como disse em outros textos, nós fomos todos domesticados e nossos corpos foram docilizados (utilizando o termo de Michel Foucault). Como ensinou um velho filósofo, Fredrich Nietzsche, a moral moderna construiu um carrasco interior em cada indivíduo, e este carrasco é responsável por fazer a manutenção de toda a manipulação externa que recebemos por parte tanto da religião quando do Estado ( e no nosso caso, também a manipulação da mídia).

Quer dizer, todos estes fatores foram consolidando uma consciência falsa, uma consciência que não é a nossa própria, mas a das grandes empresas, uma consciência de escravos, de consumidores, de animais domesticados. E esta consciência artificial que nós adquirimos ao decorrer destes vários anos de capitalismo modificaram também nosso comportamento, nosso pensamento e nossas relações sociais.

A luta dos egípcios foi uma luta válida, mas ainda não é o tipo de luta que necessitamos para libertar todo o povo dos modos de produção capitalista. E essa luta é bem mais complexa, pois envolve, como disse, dar um fim a esta consciência artificial que nos colocaram por meio da cultura, da educação e das propagandas.

Mesmo assim, por menores que sejam estas possibilidades, é possível lutar contra o capitalismo, sim. Mas isso não pode ser feito apenas por uma minoria, deveríamos tomar o exemplo do povo egípcio, que se uniu contra um inimigo em comum. Deveríamos nos unir contra este inimigo que nos é comum e que parece ser um ditador invencível. ESTE DITADOR QUE CONTROLA TODO O OCIDENTE E TODO O ORIENTE, QUE SE CHAMA CAPITALISMO, NÃO É INVENCÍVEL!!! Ele é mortal como todos nós somos!

Chamaram de luta branca, revolução branca, a revolução no Egito, porque foi uma manifestação sem tanta violência, por parte do povo, claro.

Nossa luta contra o capitalismo será de cores bem fúnebres, pois para vencer teremos de modificar a educação (os professores possuem papel importantíssimo nisso), modificar nossos hábitos de consumo, e ir à luta... E esta luta, talvez, exija mesmo que se derrame sangue... muito sangue!

4 comentários:

  1. pois eh...isso mesmo dani.

    A mudança é muito dificil pq o ser humano eh acima de td um egoista...td mundo quer consumir...quer as melhores roupas, comidas gostosas,instrumentos,livros, e entreterimento...e esse "querer as coisas" eh q move a makina do comercio mundial...o q deve ser feito é lembrar as pessoas q nao precisamos de td isso q a midia e o capitalismo dizem q temos q ter....

    a vontade de ter o conforto maximo e ostentar posição superior na sociedade tem q se tornar futil. ..uma luta bem dificil...e se começarmos a conseguir, com certeza seremos assassinados pelas industrias fodas...kkkkkk

    eu soh nao fico pior, pq sei q essa luta nao é minha, e q vai acabar....

    .... questão de tempo ;D


    Sempre arrasando Dani! ^^

    bjooo

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  2. É difícil lutar contra uma necessidade aparente, porque ela tem consistência de uma necessidade mesmo. Não sabemos distinguir entre nossas reais necessidades para nossa subsistência e entre nossas "necessidades" impostas e adquiridas.

    Mas que cada um pode fazer o máximo para evitar o consumo desenfreado, apenas como um primeiro passo, isso é muito possível! (e é difícil, rs)

    bjs!

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  3. Muito bom o seu blog, me ajudou demais em minha pesquisa! Otimo raciocinio, perfeito aqui!!

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Obrigado pelo comentário!