sábado, 10 de dezembro de 2011

O Sóbrio

Saí da taverna, de papo pro ar,
Mas senti o chão sob meus pés balançar...
O lado direito, o esquerdo, qual é?
Ó rua, estás bêbada, por minha fé!

Lua, que estranha imagem é a tua!
Olhas tão vesga para a minha rua...
Ó velha amiga, tu estás embriagada -
Isto não te fica bem, camarada!

E os lampiões, que visão deprimente!
Nenhum só está firme, ereto, decente!
Todos oscilam pra cá e pra lá -
Cada um deles bêbado qual um gambá!

Tudo balança, é a maior confusão!
Sóbrio só resto eu, meu irmão!
Graça não tem aqui bater perna:
Acho melhor eu voltar pra taverna!

BELINSKYM Tatiana. Um caldeirão de poemas. São Paulo: Companhia das letras, 2003. p 15.

Um comentário:

  1. Kkkkkkkkkkkkkkkkkkk... Muito bom, Daniel! Adorei o poema. Singelo e muito perspicaz. =)

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