quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Lúcifer andando de fusca!

O cotidiano oprime e desvela a frivolidade das relações virtuais
O cotidiano pode levar à loucura daquele que sorver sua taça de vinho superficial
A membrana que segura e prende a todos é frágil demais
Mas ninguém há que queira rompê-la
Pelo contrário, a sociedade inteira luta continuamente
Para tornar a membrana algo mais pesado, denso, resistente
De modo que todos fiquem presos, pois esta é a vontade dos pobres
(o feitiço que se voltou contra o feiticeiro)
Afinal, escravos não sabem viver sem senhores,
já que por toda a vida foi somente esta vida que tiveram

Condenam, no entanto, os que os interpelam com a luz
Pois luz é um incômodo inaceitável para quem mora na caverna
Matam e escondem o corpo de quem quis se libertar

A esperança reside, assim,
exatamente na ação de matar o libertário
porque seu corpo irá apodrecer
causará náuseas torrenciais
mal estar geral e completo

Eles vão ter que tirar o defunto da caverna
E ali, enfim, ele terá a paz que desejou.

Paz profunda após ter conseguido morrer para uma sociedade que, em verdade, já se putrefazia em vermes e larvas cemiteriais...
Paz profunda, pois conseguiu se libertar de um peso da ignorância cega e absurda, conseguiu enxergar Sofos na cara!

Dóem-se-lhe os olhos por causa da luz
Mas isso não importa
pois a Luz me revela um mundo totalmente aberto
Sem fronteiras, sem delimitações...

Sem moralismos irritantes como um violino desafinado e sem técnica!

Sim, somente é possível a liberdade dessa futilidade social moderna
Bebericando aos goles o cianeto proibido aos incultos
Cianeto para matar de dentro para fora do filósofo
Veneno para morrer, pois morrendo para esta podre e estúpida, tediosa e vexamosa existência humana moderna de mercadorias que conversam sobre as economias de mercado!!!!

Nããããooooooooooooooo!!!!!!!!!!!!!!

Não é este o meu caminho
Meu caminho é o caminho que devo seguir
E que vem do alvorecer daquela luz mais forte,
não me refiro ao Sol, seus imbecis!
Mas a Vênus! A Lúcifer! E a todos os meus irmãos e irmãs que de lá surgem!
Arte, Música e Dança!
E vinho sempre em vossa companhia
E de lá do alto (do alto que encontramos em nós mesmos)
Rimos de todos os que nunca riram de si mesmos


Oh, Lucifer! Eu quero luz!
Mais Luz!

3 comentários:

  1. Lá estava... Lá onde ficam todos os visionários. Os nossos messias.Os destemidos Prometheus. Todos eles são moralmente flagelados. Todo sinônimo, quiçá qualquer feixe de luz, fica encrustado na capa mefistofelica da sociedade. E tal como um andarilho, cheio de sede e faminto, morremos pronunciando as ultimas de Goethe. Luz, luz e mais luz.

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  2. Ao admitir a tragedia humana, também admitimos a sua beleza!
    Se ao metafisico não se espera nada! Seria comum a crença a qualquer coisa?
    Quando admito alguma existência, também admito a falta dela!
    Ao ser humano: Estamos fadado a dúvida e a ela esta a sustentação de todas as nossas certezas, porem quando acreditamos, e não o fazemos com fé! Estamos também colocando nossas certezas na pratica da dúvida!
    Procuramos a luz assim como queremos as trevas, queremos a arte a musica e todas as suas manifestações e queremos nos destruir, pois sabemos que somos finitos.
    Quando entro na caverna, entro no meu interior e busco aquilo que desconheço... dúvidas... quando saio apenas trago comigo as dúvidas...
    De todas as certezas que tenho, gosto das dúvidas
    Bebo o cálice de vinho cuja a marca é ...

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  3. Bruno e Ezequiel,

    a tragédia humana é a mais bela de todas!
    e se por um lado, Ezequiel, me revolta ver a ignorância borbulhando por todos os lados, por outro lado fico extremamente admirado com a diversidade que podemos encontrar nisso tudo, mesmo na própria ignorância há uma sabedoria e uma beleza absurda!

    E, sim, queremos a arte, a música e a dança... esse movimento de devir da construção e desconstrução.

    Obrigado pelos comentários!

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Obrigado pelo comentário!