domingo, 7 de fevereiro de 2010

Sutil e Soturno

Veio uma corda amordaçar-me…
Convergiu o sangue dos meus lábios
Na direção dos nove círculos infernais
Meu jardim tornou-se frio deserto noturno.

Galopando, então, no escuro vale
Como vento impetuoso o medo veio
E eu, trôpego de formol, caí do tempo.
Adaga maldita que dilacera a alma dos viventes!

Oh, gélida morte que tonteia,
Estou bêbado de teu cálice:
Vinho e narcóticos do além.

Nada aqui mais há
Que não seja cemiterial:
Fétidos perfumes
Carnes apodrecidas
Túmulos, lápides,
Corvos, aves de rapina
E todo verme rastejante…

No Hades, nada mais há
Que não seja sombra
Que não seja treva
Que não seja vazio de existência…

Aqui, apenas há um Nada… Eternamente!

Daniel Alabarce
Escrito para o Concerto Funerailles em: 18/05/2009

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