quinta-feira, 28 de março de 2013

Sobre Portas e Janelas



28.03.2013

Às vezes sinto o tamanho do Universo
É uma sensação mesmo
Quase como se toda a minha pele
Por meio do tato, fosse pressionada
Por toda a força titânica e dantesca
Por todos os lados possíveis

É belo o mundo
E digo do mundo em sua imensa e infinita totalidade
Incluindo sua multiplicidade de possibilidades
Mesmo as menos coerentes
Mesmo as mais fantásticas

O Universo, não sei,
Já não parece tão Uno
Pelo menos não agora
Porque apesar de no meu pensamento
O Uno ser extremamente racional
O que sinto não se pode enquadrar

É de dentro, mas também é de fora
E da direita e da esquerda
E um pouco mais para além dessas direções

O Belo é imenso demais para ser dito
E intenso demais para ser degustado
Talvez essa sensação de abandono que sinto
Seja o reflexo invertido do acolhimento completo
Que de tão pleno se faz opressivo

Sinto-me esmagado pela existência
E por mais aterrorizante que seja essa metáfora
Paradoxalmente é sedutora como um orgasmo
Um orgasmo eterno

É eterno no instante
No interstício de um pequeno momento
Tal como se o tempo deixasse de ser contado
E uma janela de agulha se abrisse
Permitindo um vislumbre rápido e fugaz
Uma olhadela curiosa e... apenas isso!

É sedutor olhar pela janela
Mas a janela é isso mesmo
Apenas uma janela
A porta é a morte...

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