sábado, 3 de agosto de 2013

Brain Storm - ou: Da Balbúrdia

Brain Storm
ou: Da Balbúrdia
25.05.2013

(Em homenagem aos amigos que transcendem o conceito de amigos: Atanásio Mykonios (grego), e Cristina Pimentel (Julieta))

Flores que dançam no luar
Em torno do antigo vulcão
A todos destroem...

Ritual macabro da meia noite
Ao som e ruídos de parafusos e botões
Um andamento funesto com velas de plástico
E sacerdotes calçando crocs negros e jaquetas de couro

Lá se encontram todos os nossos irmãos
Seduzidos pelas piras acesas de tudo quanto é supérfluo
O fogo da balbúrdia que entorpece a matéria morta
Dos corpos enfileirados em rapina
Seguidos pela altivez do hábito de digerir
Vermes em massa!

Há um clima de podridão próximo ao caldeirão central
Que exala um perfume de sangue e homicídio
Mulheres banhadas em gordura dos seus rebentos natimorfos
Matres de pedra e incapazes de chorar
Tão mortas quanto sua prole

Oh, Carnificina Abominável do Frívolo
O umbral está repleto de cadáveres
E corta-nos um frio pavoroso
Sombreado pela doença que nos açoita
A doença maldita de tudo quanto é mediano
medíocridade de tudo quanto é morno.

Salvai-nos os deuses antigos
Salvai-nos de nossa tragédia moderna
Estamos fartos de viver da miséria do desejo
Dá-nos o maná que alimenta por inteiro
Porque o silêncio desta máquina de produzir imbecilidade
Ensurdece todos os nossos sentidos profundos...

(...)
Subi no alto de uma árvore
procurando ar puro
Mas só entendi sua força
Ao olhar as raízes enterradas para baixo
Ocultando sua verdadeira vida aos olhos profanos
Que jamais conseguirão compreender
Que da boca central do planeta
E do âmago interno vulcânico,
Lá onde reside a corja toda de nossos próprios demônios,
É de onde surge a luz que alumia nosso mundo...

Não há mais como escapar
Herói bom é herói lutando
Rumo ao labirinto, eia, pois, avante!

E aí descobrimos, como que por uma grave e processual epifania
Que enfrentar Si Mesmo é o verdadeiro desafio
O Minotauro é apenas uma unha encravada
A Sombra Negra e Turva nunca dorme
Dragão terrível de pura ilusão...

Em pleno e heróico brado
Fazemos agora soar nosso canto
Sair do inferno é sorrir do abismo
Caso contrário, a morte espreita todo aventureiro...
Eis a virtude de um herói:
Por fora é um nobre guerreiro

Por dentro é um menestrel!

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