sexta-feira, 4 de março de 2011

Sofia, Sofia... Eu quero transar com você!

Aquele que ama deseja todo o tempo estar próximo do objeto amado. O sexo, neste contexto, é quando o sujeito e o objeto podem se possuir mutuamente, ou como dizem as ovelhas e seu pastor genocida: "o homem e a mulher deixarão seu pai e sua mãe e tornar-se-ão uma só carne."

A ausência do objeto amado no plano material não exclui a presença mental dele; a memória é como um carrasco que impede o esquecimento com a única finalidade de se aumentar o sofrimento. A perda de memória (ou a falta dela) , neste caso, não pode ser considerada maldição.

Consideramos, então, que: na relação entre duas pessoas que se amam, ambas são sujeito e objeto, enquanto um ama e outro é amado; que na ausência do objeto amado o sujeito sofre pela ausência física deste, mas que na memória a imagem mental do objeto ainda se faz presente, daí que haja a saudade.

Eis agora o meu problema (desconfio que algumas pessoas também sofram-no, pouquíssimas pessoas mesmo): "Como é possível sentir a ausência de um objeto imaterial como o conhecimento?"
Quer dizer, o conhecimento não é uma massa que pode ser retirada tal como fazemos com o objeto, a não ser por lobotomia ou condicionamento behaviorista... rs

De qualquer forma, o conhecimento se dá por conexões neurais, mas não é físico, no sentido lato da palavra, pois é abstrato, ou seja, imaterial; já que não é material, como é que se pode sentir ausência de conhecimento, saudade ou seja lá o que for?

O que fazem os filósofos, estes amantes da sabedoria, senão adquirir conhecimento e desejá-lo cada vez mais, justamente por sentir falta daquilo que, continuamente, buscam?

Somos doentes!

Padecemos da doença da contradição, a doença difundida pelo saber da physis, do Cosmos, do Universo, pois toda a natureza é, em si, contraditória, e todos quanto desenvolverem amor pelo saber, estarão jogados nesta doença...

Talvez seja por isso que os amantes da sabedoria e do conhecimento sejam considerados dignos de serem internados. A modernidade não pode suportar a doença e o que eles consideram degeneração. O ideal de limpeza e de higiene pretende afastar da sociedade até mesmo os doentes teóricos, posto que quem pensa pode causar danos à estrutura da civilização.

Fico feliz, portanto, por ser doente por conhecimento, por sempre desejá-lo mais...

Já diria Nietzsche: "A sabedoria é mulher..."

Sofia, sofia...

2 comentários:

  1. Texto belíssimo!!!
    consegues traduzir muito bem nossas angústias.
    penso que tú és um ser abençoado, só por ser constituido ateu...rs
    parabéns, acertas sempre.
    bjs

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  2. e ai, simone, como vai? poxa, agradeço mesmo!

    então... já não sei mais se sou ateu ainda, kkk! ceticismo jamais cessará, mas agora outras dúvidas me apareceram!

    Agora eu me considero um pagão com pulga atrás da orelha... kkkkkk

    um abração, simone!

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