sexta-feira, 26 de julho de 2013

Discurso Cínico da Sombra Intestinal

Discurso Cínico da Sombra Intestinal
16.04.2013

Sou ao simples
como louco
Sou ao louco
como idêntico
Sou ao médico
como doente
Ao cidadão
como uma vergonha
como homens e mulheres,
pois a ninguém rotulo
Degusto o mundo inteiro
digerindo-o em doses.

Minha sombra
é meu reflexo
minha sombra
é quem eu sempre quis ser
pois sendo minha sombra
ninguém jamais diria
que sou outro além de mim
Mas toda a algazarra do mundo
é de quem projeta a sombra
o sol do desbunde
e as luzes frenéticas

-Não sou destrutível como tu,
pedaço de carne falante,
Sou sombra sutil multiforme
que serve apenas ao meu próprio divertimento
Teu ódio pela sombra
é o teu desejo secreto
de deflorar-me sexualmente
numa auto-antropofagia deliciosa

Lambe teu próprio cú, oh homem!
Experimenta tua merda,
pois o que seria a Ouroboros
se não fosse seu desprezo pelo higienicamente correto?
A pedra filosofal é o que você transmuta,
seu próprio esterco!

Enfia tua língua
no interstício final
do intestino:
delgado,
doce e sagrado
experimenta a alquimia de tua bosta
descubra a composição de tua merda.

Deixa atrás o pudor
E se o pudor se excitar
Chupe-o até o fim
Deixe as bundas moles à tua frente
e enterre teu falo
cria tua própria fertilidade!



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