Discurso Cínico da Sombra Intestinal
16.04.2013
Sou ao simples
como louco
Sou ao louco
como idêntico
Sou ao médico
como doente
Ao cidadão
como uma vergonha
como homens e mulheres,
pois a ninguém rotulo
Degusto o mundo inteiro
digerindo-o em doses.
Minha sombra
é meu reflexo
minha sombra
é quem eu sempre quis ser
pois sendo minha sombra
ninguém jamais diria
que sou outro além de mim
Mas toda a algazarra do mundo
é de quem projeta a sombra
o sol do desbunde
e as luzes frenéticas
-Não sou destrutível como tu,
pedaço de carne falante,
Sou sombra sutil multiforme
que serve apenas ao meu próprio divertimento
Teu ódio pela sombra
é o teu desejo secreto
de deflorar-me sexualmente
numa auto-antropofagia deliciosa
Lambe teu próprio cú, oh homem!
Experimenta tua merda,
pois o que seria a Ouroboros
se não fosse seu desprezo pelo higienicamente correto?
A pedra filosofal é o que você transmuta,
seu próprio esterco!
Enfia tua língua
no interstício final
do intestino:
delgado,
doce e sagrado
experimenta a alquimia de tua bosta
descubra a composição de tua merda.
Deixa atrás o pudor
E se o pudor se excitar
Chupe-o até o fim
Deixe as bundas moles à tua frente
e enterre teu falo
cria tua própria fertilidade!
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