quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Bildung e a Desculpabilização da Experiência de Voar

Cá estou a me perguntar acerca do barulho de todas as relações humanas e tento averiguar se há de fato algo que mereça ser ponderado.

O que eu teria de tão diverso? E se tiver, porque também não o teriam todos os demais?

Um prisma. Sim, a questão diz respeito a um prisma que sempre é original. Somos todos prismas, cada qual e a seu próprio modo, que permitem uma difusão variável e propiciam que a Luz seja emitida em infinitas nuances.

Mas que cinza podre é este que me transmitem?

Acaso algum é suficientemente forte para me fazer aceitar e me subjugar à estúpida balbúrdia dos homens!

Já não sei se sou eu quem alto demais voou ou se apenas acreditei demais em minhas asas. Que mal, porém, vos faço aqui de minhas próprias alturas? O máximo que alcanço realizar seria gritar a vos chamar ou deveria esperar que, assim como eu fiz, subam apenas a vosso tempo?
Eis aí minha crua resposta: Eu subi porque desejei subir, ninguém jamais teria conseguido, por melhor ou maior força, obrigar-me à elevação, pois a Sabedoria e a Liberdade lançam convites sutis aos homens e somente por livre vontade é possível passar a voar.

Deixai que cada um se realize e se plenifique a si próprio e por sua própria nobreza interna; nós, no entanto, aguardamos ansiosos por estender a mão...

O que me leva a possuir tão firme convicção? Por qual razão suficiente eu penso que minha perspectiva seja melhor? Por acaso não é boa também a visão alheia? E porventura os outros, igualmente, acreditam em sua verdade interna? E se é deste modo, porque só encontro tal emissão em tão poucos? Ou será que não é de minha alçada vasculhar luzes que não sejam aquelas que se encontram dentro de mim?

Continuo acreditando na luz dos homens, mas porque eles não a transpiram?

E que culpa tenho eu se, passando a ver luz em mim (após tão densas trevas), não possa mais compactuar com quem renegue a sua própria? Devo eu, então, tolher-me para lançar-me novamente na completa ignorância infame?
Jamais!

E porque, demônios das profundezas tartáreas, desejo tanto que me ouçam, ou que me faça por entendido se não é de interesse alheio ver perspectivas outras?
Afinal, eu mesmo me recuso a por meus olhos em qualquer prisma que me apresentem...

Entretanto, confesso, que uma grande parte de prismas eu já experimentei, e foi exatamente por me permitir ampliar minha degustação de olhares que agora posso dizer quais me elevam e quais me sujam!

Sim! E não tornarei a olhar o mundo como olha um escravo, pois a preço mui caro tenho desvelado minha liberdade.
Agora! Este é meu momento de conhecer-me. Julguem-me se assim desejarem, já não me envergonharei mais do que, sendo, me torno.

No final das contas, que tenho eu a perder se para voar tive que morrer? E que tenho eu a temer se morrendo, já me encontro enterrado no seio de meu próprio inferno?

Resta agora, ressurrecto em minha ínfima glória, aceitar meu destino novo e eterno: a Vida!

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