terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Quem é meu próximo? PARTE II - Uma herança maldita

Em resposta ao comentário do Felipe, meu querido amigo, faço esta outra postagem, seguindo o mesmo tema do texto que escrevi um pouco antes, se você quiser ler, clique aqui

Falou corretamente, Felipe!E, tanto gostei de seu comentário, que quero acrescentar alguns pontos importantes, como desdobramento do que você escreveu!


De acordo com o desangelizador, Paulo de Tarso, os homens que não conhecem as leis de deus, morrerão e serão julgados de acordo com suas obras, independente do que diz as leis de deus (já que estes, neste contexto particular, não conhecem a lei, e se não conhecem, como serão julgados por não ter conhecido?)

Por outro lado, os que conhecem a lei, serão julgados de acordo com as leis de deus, dentre elas estão ordens das mais absurdas possíveis.

Supondo que estas leis sejam mesmo verdadeiras e existam em algum lugar do universo, não seria mais fácil que aqueles que não conhecem as leis de deus, que são inúmeras pormenorizadas em detalhes ridículos (as leis no Brasil foram criadas com base nesta forma de pormenorização da lei, vale lembrar...), enfim, não seria melhor que continuassem não conhecendo para ser julgado de forma justa, ou seja, pelas suas próprias ações e pelo poder da sua própria consciência, o que outorga, vale dizer também, uma noção de liberdade extrema e totalmente responsável?

Todavia, ainda permaneço na dúvida, pois sei que ela é mais eficaz no conhecer...

E, se, talvez, esse monte de leis consideradas divinas fossem um amontoado de leis criados num contexto histórico particular para um determinado povo particular, os judeus (ou hebreus, como quiserem)?

E se, talvez, essas leis não fossem realmente divinas, mas apenas humanas, dado o contexto histórico em que foram criadas, com a intenção de manipulação e controle de todo o grande rebanho existente, recém-saído do Egito antigo, uma terra cheia de conhecimento, saberes astrológicos incríveis e sabedoria que até hoje é fascinante?

Será que haveria outra forma de controlar um povo todo de hebreus (e de egípcios também que saíram juntamente com os hebreus "de balão") sem a criação de leis que tivessem sido dadas a um líder especial para manter a ordem dos indivíduos?

Será ainda que todo o Egito havia mesmo sido deixado para trás, ou teria permanecido marcado nas consciências dos hebreus, afinal eles ficaram no Egito mais de 400 anos, aprenderam muito com aquela sociedade, certo?

E por acaso isso não seria muito diferente do que acontece no Brasil, certo? Depois de uma ditadura militar, uma constituição foi criada para tornar o país democrático, mas, tendo sido criado no contexto de lutas e revoluções, também privilegiou os presos políticos... E também não é essa mesma lei, essa mesma constituição que, agora na atualidade presente, passa a privilegiar não os detentos políticos, revolucionários, mas os corruptos, os ladrões e os que se utilizam indevidamente do dinheiro público?

Ou seja, o povo hebreu não era um povo tão diferente do nosso. Apesar de se considerarem "os eleitos", com essa altivez imbecil, digna apenas de judeus mesmo, provocou uma calamidade histórica e cultural.

Porque, não satisfeitos em manterem leis que foram criadas apenas para eles e apenas para aquele devido contexto histórico, nos deixaram todas elas como uma herança maldita, da qual o cristianismo tomou para si como escudo e espada, matando todos os que discordassem delas!

Será ainda que podemos considerar o conceito de pecado que herdamos destes mesmos hebreus malditos e doentes?

Será mesmo que é pecado duvidar das leis "de deus", sendo que já conjecturamos que é possível que sejam mais humanas do que imaginamos...? Será mesmo que pecado existe? Será mesmo que todos os outros conceitos decadentes que nos sobrevieram desta raça maligna (e não estou fazendo distinção de raças de sangue, como um nazista, mas uma distinção de cultura, de pensamento)?

O Ocidente foi formado por três vertentes: uma romana, uma grega e uma judia...

Acho mesmo que todas as três só se uniram, porque todas as três aderiram também estes conceitos decadentes de pecado, culpa e juízo final...

Estes conceitos também foram bem oportunos para o capitalismo! Mas disto não convém tratar nesta postagem... Talvez uma próxima!

E tudo quanto é podre, nojento e repugnante no mundo moderno, pesquisem se tiverem dúvidas, é fruto de toda essa raíz hebréia, de gente doente e escravos revoltados contra aqueles que eram superiores a eles...

Fico imaginando um povozinho medíocre dentro de uma nação como o Egito antigo, esperando 400 anos por um libertador que nunca chegava... Os hebreus deviam mesmo odiar os egípcios, eles eram tão melhores que eles...

Daí a noção de santidade! Nós, os que sofremos, somos santos!

Daí também que para se tornar santo seja necessário tanto sofrimento, tanta humilhação, tanta... decadência!

Quer maior exemplo de escárnio e humilhação do que aquele que ficou exposto na cruz?

Ei-lo aí, o tempo todo, jaz na cultura ocidental um defunto!

4 comentários:

  1. O homem tem sempre a maldita necessidade de controlar, seja o que for, controlamos as ações, os pensamentos e principalmente, controlamos o que "achamos" correto, não importando se é correto para os outros nosso ponto de vista....vc colocou lindamente o posicionamento histórico, onde quem sabe ao certo o que seria de "Deus" realmente....quantos ensinamentos foram deturpados com a visão limitada das pessoas da época??? quantos erros grotescos de caligrafia foram cometidos, pois sabemos que os "apóstolos de cristo" não sabiam ler certo, eram pessoas simples, pescadores e etc....então, quem pode me garantir que o que chegou até nós foi realmente o que foi passado??
    O que eu enxergo ( e isso sou eu, com minha visão limitada) é que o certo e o errado são relativos...pecado, será??? depende do ponto de vista, o que tenho pra mim é não ir contra os MEUS princípios, isto é, não corromper meu coração, o que torna isso certo pra mim...não é necessário "viver" dentro de igrejas e centros, se meu coração não se compadece dos outros, se minhas ações só beneficiam a mim e destroem os outros...

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  2. oi, michelene! nossa! chegou chegando já hein!

    Gostei demais do seu comentário, e devo concordar com você em todos os pontos, virgulas e reticências!

    Um dos maiores problemas de se interpretar um livro com mais de 2000 anos é exatamente o das fontes utilizadas, das traduções medievais (tendenciosas ao máximo) e das interpretações totalmente subjetivas da atualidade, ou seja, um erro em cima do outro!

    complicado defender que seja um livro verdadeiro objetivamente!

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  3. Oi Dani,
    Há quanto tempo não visito seu blog? Então não fiquemos de enrolação e vamos aos comentários.
    Concordo com o que escreveu, e coloco uma questão a mais, eu nunca entendi o porque ninguém se questiona que o amor e a bondade do mestre dos cristão é pregada aos quatro ventos seguindo o que foi escrito (bem ou mal escrito) no Novo Testamento, mas a moral que se segue, o ato é julgado de acordo com o Antigo Testamento que é embasado no Código de Hamurabi que segue o preceito do "olho por olho, dente por dente", ou seja, se pecou vai pagar, nesta vida ou na outra. A pergunta que não quer calar é: Onde está todo amor do mestre que eles exaltam?
    Me parece que as pessoas usam uma venda, pra não ver a verdade que está a sua frente, as vezes me pergunto: Se elas não querem ver, quem somos nós para tentar força-las? (momento desabafo)
    Obrigada pela oportunidade de refletir um pouco sobre o que parece que só é problema pra nós.
    Bjão

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  4. é, tici, como me diz minha irmã: o buraco é sempre mais embaixo!

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Obrigado pelo comentário!